O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), se manifestou publicamente pela primeira vez sobre a paralisação dos professores da rede municipal que também acabou em pancadaria na Câmara, na semana passada. O chefe do Executivo explicou nesta terça-feira (27), ainda, que o piso salarial será pago no vencimento. Essa era uma reclamação da categoria, por conta de, segundo o gestor, entendimentos diferentes entre Prefeitura e APLB.
Bruno Reis disse que sindicalistas tratam Prefeitura e Governo do Estado de forma diferente. "22 de maio foi um dia lamentável para nossa cidade. É inadmissível o que aconteceu. Estávamos tratando de reajuste, de algo que pode ser feito. É acima do que o Governo do Estado praticou. O que a Câmara e Prefeitura querem é que [os servidores] nos deem o mesmo tratamento ao Governo do Estado, que deu 6.27% de reajuste", reclamou.
"Lá, estavam os mesmos sindicalistas ao lado do governador tirando foto e aplaudindo. Aqui estamos chegando a 9,25%. Olha lá a cara, dando risada. Não é hora de fazer política. É hora de resolver as vidas das pessoas. São pais e mães que estão em casa sem trabalhar. Quero demonstrar minha solidariedade aos vereadores, que não se curvaram. Não é com agressão que vai impedir votação", pontuou Reis, mostrando fotos dos sindicalistas em um telão.
Na sessão do dia 22, os parlamentares votavam o reajuste dos servidores. O clima ficou ainda mais tenso quando os vereadores Maurício Trindade (PP) e Sidninho (PP) chegaram às vias de fato com um dos servidores presentes e, segundo relatos, foram agredidos. A Polícia Militar foi acionada e entrou na sala para conter o tumulto, fazendo um cordão de isolamento.
"Os 33 vereadores respeitaram trâmite legal, mesmo eles [sindicalistas] impedindo. Os responsáveis não ficarão impunes. Os processos serão instalados. Os que cometeram irregularidade vão responder, com o contraditório e defesa. Naquele dia, a Câmara e eu decidimos sepultar esse discurso de que não pagamos o piso. A tabela dos níveis de professores vai de 1A a 4B. Esses níveis chegam a 60. Destes, 48 estão fora desta discussão", acrescentou o prefeito.
A proposta aprovada prevê os seguintes reajustes:
9,25% de reajuste salarial para os professores de Nível 1/Referência A;
6,65% de reajuste salarial para os professores de Nível 1/Referência B;
6,27% de reajuste para o quadro suplementar do magistério público;
e 4,83% de aumento para os outros servidores municipais.