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Trama golpista: STF começa a ouvir testemunhas no processo contra Bolsonaro

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Da redação

A ação penal envolve 33 aliados do ex-presidente e está centrada no chamado “núcleo crucial do golpe”.

Trama golpista: STF começa a ouvir testemunhas no processo contra Bolsonaro
Reprodução/Cristiano Mariz

O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia nesta segunda-feira (19) a oitiva de testemunhas no processo que apura uma suposta trama golpista para manter Jair Bolsonaro (PL) no poder após a derrota nas eleições de 2022. A ação penal envolve 33 aliados do ex-presidente e está centrada no chamado “núcleo crucial do golpe”.

Serão ouvidas 82 testemunhas entre maio e junho. Nesta primeira semana, os depoimentos foram divididos entre nomes indicados pela Procuradoria-Geral da República (PGR), responsável pela acusação, e pela defesa dos envolvidos. Entre os convocados estão figuras de peso como os governadores Tarcísio de Freitas (São Paulo) e Ibaneis Rocha (Distrito Federal), o senador Rogério Marinho (PL-RN) e o ex-ministro do Turismo Gilson Machado.

A PGR também incluiu na lista nomes do alto escalão das Forças Armadas, como os ex-comandantes Marco Antônio Freire Gomes (Exército) e Carlos Baptista Júnior (Aeronáutica), que já confirmaram em depoimento anterior a existência de uma minuta golpista apresentada por Bolsonaro.

Entre as testemunhas convocadas pela acusação, estão:

  • Éder Balbino, empresário ligado à produção de material com alegações infundadas sobre urnas eletrônicas;
  • Clebson Vieira, servidor que teria elaborado planilhas usadas por Anderson Torres;
  • Adiel Alcântara, ex-coordenador da inteligência da PRF;
  • Os já citados ex-comandantes Freire Gomes e Baptista Júnior.

O governador Ibaneis Rocha foi dispensado pela PGR, mas segue como testemunha de defesa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça.

Na próxima quinta-feira (22), será a vez das testemunhas indicadas por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que firmou acordo de delação premiada. Entre elas estão o general Júlio Cesar de Arruda, comandante do Exército em 8 de janeiro de 2023, e o ex-assessor Luís Marcos dos Reis.

Na sexta-feira (23), será a vez das testemunhas ligadas a Alexandre Ramagem e ao general Braga Netto. A lista inclui:

  • Carlos Afonso Gomes Coelho, delegado investigado no caso da “Abin paralela”;
  • Rolando Alexandre de Souza, ex-diretor da PF;

E outros nomes ligados à inteligência e às Forças Armadas.

Já entre os dias 30 de maio e 2 de junho, será a vez das testemunhas do próprio Bolsonaro. Estão entre elas:

  • Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo;
  • Eduardo Pazuello, deputado federal e ex-ministro da Saúde;
  • Giuseppe Janino, ex-secretário de tecnologia do TSE;
  • Gilson Machado e Rogério Marinho.

Denúncia

A PGR apresentou a denúncia em março, acusando Bolsonaro e mais 33 pessoas pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.

Segundo o Ministério Público, o ex-presidente liderava uma organização que atuava para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, mesmo após o resultado das urnas. A estratégia incluiria o uso de desinformação, articulações com militares e ações para deslegitimar o processo eleitoral.

Além de Bolsonaro, o chamado “núcleo crucial do golpe” reúne:

Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens;

Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin;

Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;

Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;

Augusto Heleno, ex-chefe do GSI;

Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;

Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil.

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